A Gruta Gorgônea, de Lemony SnicketVocês não acreditariam na velocidade em que devorei este livro. Faltam apenas mais dois para terminar as Desventuras em Série e já sinto uma pontinha de saudade florescendo no meu coração literário. A Gruta Gorgônea conta sobre a passagem dos irmãos Baudelaire pelo submarino Queequeg. Quando descendo desenfreadamente pelo Arroio Enamorado, com um tobogã improvisado por Violet, os três irmãos se deparam com um submarino e nele entram para não serem mortos pelos imprevistos do trajeto das águas. Lá conhecem Andarré, o capitão do submarino que fala muito apressadamente enquanto tenta dar ordens sem pé nem cabeça. O resto da tripulação é composta por Phil, que assumiu papel de cozinheiro, mas que as crianças já conheciam da Serraria Alto-Astral , e pela enteada de Andarré, Fiona, uma garota um pouco mais velha que Violet e que é uma micetologista (estuda fungos).
Páginas: 288 | Editora: Companhia das Letras
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“... Mulheres mortas não contam histórias. Homens tristes as escrevem.” – pag. 5
Junto com seus novos três companheiros, os órfãos Baudelaire
partirão em uma missão para encontrar o tal do açucareiro desaparecido e que
tem sido disputado por tantas pessoas. Mesmo sem saber o que, de tão
importante, se encontra dentro do açucareiro, eles se arriscam, saindo do
Queequeg e adentrando uma escuridão profunda na Gruta Gorgônea, com suas roupas
submarinas e seus dons preparados, os heróis descobrirão que muitas pessoas são
voláteis e podem tanto estar do lado bom quanto do lado ruim e assim verão sua
sorte ser mudada e remudada diversas vezes nesta aventura. É claro que o Conde
Olaf continua aparecendo quando menos se espera, mas agora não se disfarça mais
e já tem seu próprio submarino, o Carmelita, que funciona à base da escravidão
de crianças inocentes.
“‘Aquele ou aquela que vacila está perdido.’ ... Positivo!” – página... bem... muitas páginas.
Além do inimigo que bate carteira em todos os livros, os
Baudelaire encontram outro submarino muito maior e muito mais aterrorizante que
consegue fazer até Olaf tremer nas bases, esse enorme pedaço de metal que aparece
em momentos cruciais do livro é mais um mistério para encher nossa cabeça, mas
tudo bem, agora já estou perto do desfecho dessa enorme desventura e aguardo
ansiosamente para que todas as linhas soltas se amarrem com notável coerência,
como eu sei que Lemony Snicket é capaz com sua criatividade. Aliás, a
criatividade do autor é algo que me assusta, ele compara algo inexplicável a
alguma situação que para ele, como espião, parece normal, mas para que nós é
absurda e mesmo assim tudo faz sentido e tudo fica explicadinho.
“Muitas vezes é difícil admitir que alguém que você ama não é perfeito, ou considerar os aspectos menos admiráveis de uma pessoa.” – pag. 133
Algo que aparece desde o livro anterior e agora toma ainda
mais forma em volta dos corações dos Baudelaire, é o amor pelo sexo oposto.
Violet se apaixona por Quigley e Klaus, bom... Klaus se apaixona por alguém que
ele encontra neste décimo primeiro livro e eu acredito que apesar de todas as
dificuldades que essas crianças enfrentam, no final elas encontrarão um “felizes
para sempre” com três pontinhos...
Tenho que dizer que esse parece ser um volume interessante dessa série. Uma aventura submarina? No mínimo eu diria que é inusitado.
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